Portel: Uma Trajetória Histórica Entre Nomeações e Contagens de Anos

Portel, uma cidade que carrega consigo não apenas sua arquitetura e ruas, mas também uma história intricada e por vezes confusa quando se trata de sua fundação e idade exata. Como se mede o tempo de uma localidade cujas raízes se estendem por séculos e cujas mudanças de nome e status se entrelaçam com figuras históricas marcantes?

Igreja do Divino Espírito Santos  - Vila Velha

Considerando o ano de 1653, muitos apontam o renomado Padre Antônio Vieira como fundador, deixando sua marca com os Nhengaibas, uma missão religiosa e um diretor de índios. Essa seria, então, a data que celebraria os 371 anos de existência. Porém, as controvérsias começam quando percebemos que em 1758, a cidade era apenas uma vila, indicando que talvez a autonomia plena só tenha sido alcançada em 1930, após diversos anexos e desmembramentos.

Surge a pergunta: Portel, afinal, quantos anos tem?

O fundador faleceu em 1697, 46 anos após a fundação, mas curiosamente, registros apontam seu nascimento em 1758, ano em que a localidade era uma vila. Nesse contexto, somente em 1930 Portel conquistou sua autonomia definitiva, 271 anos após a fundação e 172 anos após a mudança de nome e elevação à categoria de vila.

A participação de Padre Antônio Vieira na fundação levanta questionamentos. Será que sua contribuição é falsa, ou, por algum motivo desconhecido, páginas com 105 anos de história foram rasgadas? Se considerarmos apenas a partir de 1758, a história de Portel precisa ser reescrita, uma vez que seu fundador já havia falecido seis décadas antes, e sua ordem foi expulsa em 1755, dois anos antes da elevação à vila.

Entre as diversas sugestões que surgem, temos 1653 com Padre Antônio Vieira, 371 anos; 1758 com Mendonça Furtado, 266 anos; e até mesmo 1930 com Getúlio Vargas, totalizando 94 anos. O que é certo é que a existência de Portel pode ser comprovada por meio de registros documentais, edificações e históricos.


A confusão persiste quando olhamos para o Arquivo Público do Estado e a igreja de Nossa Senhora da Luz, posteriormente rebatizada como Igreja do Divino ou, mais precisamente, Igreja da Vila Velha. Qual é a verdadeira identidade histórica de Portel? A resposta, talvez, esteja enterrada nas páginas do tempo, esperando para ser desvendada pelos curiosos que buscam compreender a rica trajetória desta cidade marcada por nomes, datas e mudanças.

Com informações: João Carlos Costa

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