A Saga de Toninho Abaeté: A Intensidade que Marcou uma Época


Nas ondas do tempo, onde a intensidade supera a longevidade, surge a história de Herculano Paiva Neto, mais conhecido como Toninho Abaeté. Nascido em 15 de novembro de 1953, em Portel, este homem viu sua vida entrelaçada com as emoções do futebol desde tenra idade.

Filho de João Soares de Paiva, um pai zeloso que, a princípio, não compartilhava a paixão do filho pelo futebol. A infância de Toninho Abaeté foi marcada por desafios, conflitos e a busca incessante pelos campinhos de terra, especialmente na praia do Areão. O desejo de seguir no mundo da bola levou-o a ser entregue ao juiz de direito Nélio Reis, em uma intervenção jurídica conduzida pelo próprio pai.

A residência do magistrado, protegida por altos muros, não foi suficiente para conter o espírito do jovem Toninho, que, obstinado pelo futebol, escalava o muro para correr atrás da redonda. Entre idas e vindas, ele foi denunciado e resgatado pelo pai, enfrentando punições que incluíam até mesmo refazer a faxina diária, sob o olhar rigoroso do juiz.

Ao adentrar na fase adulta, Toninho Abaeté chegou a Abaetetuba, onde seu talento foi reconhecido. Recebeu o codinome "Toninho Abaeté", homenageando a cidade que o acolheu. O início da brilhante carreira profissional aconteceu no Vênus e Abaete Futebol Clube. A trajetória vitoriosa continuou com títulos pelo Leão de Antônio Baena, sendo campeão paraense em 1973, ao lado de lendas como Alcino, Roberto Diabo Louro e Caito.

A jornada de Toninho Abaeté estendeu-se por diversas equipes e fronteiras. Foi campeão maranhense pelo Sampaio Corrêa em 1977, brilhou no futebol goiano defendendo as cores do Anápolina Esporte Clube e destacou-se internacionalmente no USL Montjoly, na França. Sua carreira também foi marcada por títulos em uma equipe do Caribe.

O retorno ao Pará marcou a conclusão de sua trajetória, defendendo as cores da Tuna Luso Brasileira, Esporte Clube Belém e Isabelense. Sempre que possível, Toninho voltava à sua cidade natal para vestir a camisa do clube do coração, o União Fabril Esporte Clube.

Fora dos gramados, Toninho Abaeté foi reconhecido pela revista Olé e indicado ao prêmio Bola de Prata, conforme testemunhado por nomes como Aranha e Rosemiro. Sua imagem foi eternizada na revista Placar, edição dos campeões do ano, quando foi campeão pelo Moto Clube.

Hoje, Toninho Abaeté recorda suas jogadas memoráveis, driblando a emoção enquanto outros craques repetem seus feitos nas redes, balançando o último gol que ecoa sua intensidade no coração dos amantes do futebol. A trajetória deste genuíno Portelense, com o sobrenome Paiva, deixa um legado que transcende o tempo e permanece como um capítulo inesquecível na história do esporte.

Com informações: Prof. João Carlos Costa
Adaptações: Portel Retratos

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